É difícil dizer quando o amor acaba e até mesmo se acaba, pois durante o processo de divórcio existem momentos de compreensão e momentos desproporcionais de animosidade entre os ex-casais. Observo que o que é facilmente decidido por alguns deles, por outros é arrastado até a última instância processual, porque há um apego emocional e/ou material mais forte. Dada a diversidade de ideias e objetivos de vida, cada ex casal é uma incógnita que nós advogados precisamos ter paciência para compreender e esclarecer todas as dúvidas.
Neste turbilhão de emoções que os ex-casais estão vivenciando, acredito que são importantes algumas dicas para reduzir o estresse do processo:
1 – Reflita sobre o que é importante para você Primeiramente respire e tente se acalmar. Você está passando por este processo e precisa definir o que é importante na sua vida, o que você ainda quer que faça parte dela. Normalmente sugiro que façam uma lista com o que é imprescindível (exemplo: guarda dos filhos/pets, bens, dias/hora convivência, etc.) e outra lista contendo o que é dispensável (exemplo: pensão alimentícia, plano de saúde do ex-cônjuge, etc.).
2 –Procure auxílio de profissionais capacitados Assim que tomada a decisão de divorciar, é fundamental buscar o auxílio de advogado especializado na área de Família que lhe orientará e esclarecerá cada etapa do divórcio. Não assine nada antes da análise do profissional escolhido, pois pode ser que você venha a se arrepender no futuro por uma decisão precipitada que tomou. Além disso, o auxílio psicológico é bastante válido, principalmente quando envolver filhos, pois não é raro eles apresentarem desvios comportamentais nesta fase.
3 – Passe um tempo com pessoas que te animem Cerque-se das pessoas (familiares e amigos) que vão ajudar a distrair desta fase. Evite conversar sobre o divórcio, você já irá falar muito com sua advogada e psicóloga.
4 – Alinhe uma estratégia com sua advogada Claro que é impossível prever todas as hipóteses, mas é interessante conversar com sua advogada sobre linhas de estratégia, quais bens você gostaria de ficar, quais você abriria mão com facilidade, quais venderia, com quem os filhos/pets vão morar, qual o formato de convivência com os filhos que melhor se encaixaria na rotina de todos, etc. Sempre priorizando ter mais de uma proposta de acordo, o que dá uma sensação de controle ao cliente, sabendo lidar melhor com eventuais contrapropostas do ex-cônjuge.
5 – Ouvir, refletir e responder O processo é desgastante para as partes, então, é fundamental ouvir com atenção o que o outro tem a dizer até que ele conclua, para que não haja uma interpretação equivocada que possa comprometer a continuidade da conversa em audiência. Durante todo o processo é possível a conciliação, até mesmo depois da sentença, então, se o diálogo existir, intermediado pelos advogados, será sem dúvidas a melhor opção para todos, especialmente para os filhos.
6 – Flexibilidade Ambos precisam ceder para que haja uma solução saudável, pois uma decisão conjunta provavelmente será mais satisfatória, do que uma sentença imposta. Por isso mesmo, o novo Código de Processo Civil e o Judiciário enaltecem tanto os benefícios da mediação e conciliação, porque é mais fácil as partes ficarem satisfeitas com o que escolheram, do que com uma determinação judicial que pode não ser aquilo que esperavam.
7 – Equilíbrio e Respeito Lembrando que as emoções das partes já estão à flor da pele, sendo assim, é bom evitar aumentar o tom de voz, não falar com rispidez e/ou culpar o outro, para que não gere mais desgastes desnecessários.
8 – Deixe a roupa suja fora do Judiciário
O objetivo do Direito de Família e também dos profissionais envolvidos é auxiliar o ex-casal a colocar um ponto final no casamento, não importando as razões do término. Então, o que não for relevante e não contribuir para chegarem a uma solução conjunta, é melhor que nem seja levado ao processo, porque os juízes não têm tolerado discussões quanto à culpa ou provocações.
Estão aí as 8 dicas! Espero que ajude a todos que estão passando por esta fase!